Nas eleições municipais de 2024, Uberlândia registrou um aumento significativo no número de eleitores que não compareceram para votar. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 140.758 eleitores, representando 26,51% do eleitorado, optaram por não participar do pleito. Esse percentual é superior ao registrado em 2020, quando 126.113 pessoas (25,92%) não votaram, indicando um aumento de 11,6% nas abstenções.
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Queda nos votos nulos, mas aumento nos votos brancos
Além das abstenções, houve também mudanças no comportamento dos eleitores em relação aos votos válidos, brancos e nulos. Enquanto o número de votos brancos subiu 17,8%, passando de 13.190 em 2020 para 15.549 em 2024, o total de votos nulos diminuiu. Em 2020, 23.173 eleitores anularam seus votos, enquanto em 2024 esse número caiu para 21.268, uma redução de 8,2%.
Comparação com as últimas eleições
Para contextualizar melhor, vale observar os números das três últimas eleições para prefeito em Uberlândia:
- 2016: abstenções de 92.545 eleitores (19,35%), votos brancos de 10.916 (2,83%) e nulos de 27.282 (7,07%).
- 2020: abstenções de 126.113 eleitores (25,92%), votos brancos de 13.190 (3,66%) e nulos de 23.173 (6,43%).
- 2024: abstenções de 140.758 eleitores (26,51%), votos brancos de 15.549 (3,99%) e nulos de 21.268 (5,45%).
Fatores que influenciaram a abstenção
Vários fatores podem ter contribuído para esse aumento na abstenção. A desilusão política é frequentemente apontada como um dos principais motivos que levam os eleitores a não comparecerem às urnas. A falta de confiança nos candidatos e o sentimento de que suas escolhas não farão diferença significativa também são pontos levantados por especialistas. Outro fator relevante é a falta de penalidades significativas para aqueles que se abstêm, especialmente em eleições municipais, onde o eleitor pode ter menos interesse nas candidaturas locais.
Impacto no processo democrático
A alta taxa de abstenção levanta preocupações sobre a representatividade das eleições. Quando uma parte significativa da população deixa de votar, a legitimidade dos eleitos pode ser questionada, já que uma parcela considerável dos cidadãos não está expressando sua vontade nas urnas. Além disso, a abstenção pode afetar diretamente o resultado, especialmente em eleições locais, onde a diferença de votos costuma ser menor.
A participação eleitoral é essencial para o fortalecimento da democracia, e estratégias para reduzir a abstenção, como campanhas de conscientização e facilitação do acesso ao voto, são frequentemente sugeridas para incentivar o comparecimento nas urnas.
Possíveis soluções para aumentar a participação
Algumas medidas podem ser discutidas para reverter esse cenário em eleições futuras:
- Educação política: Promover a conscientização sobre a importância do voto desde cedo, nas escolas e em campanhas públicas, pode ajudar a reduzir a abstenção.
- Facilitar o acesso ao voto: Implementar ou ampliar métodos como o voto eletrônico à distância ou pelo correio poderia tornar o processo mais acessível, especialmente para pessoas que enfrentam dificuldades de locomoção.
- Penalidades mais rigorosas: Muitos defendem que aumentar as penalidades para quem não vota pode reduzir as abstenções, embora outros argumentem que a educação é uma solução mais eficaz e duradoura.
Ao final das eleições de 2024, com mais de 140 mil eleitores ausentes, Uberlândia reforça a necessidade de discutir e implementar soluções para que a participação popular no processo democrático aumente em pleitos futuros.